Quinta-feira, 23 de Março de 2023
"A mediação intercultural é uma ferramenta fundamental”
21-03-2019
“A mediação intercultural é uma ferramenta
fundamental para promover espaço de interação positiva, de
conhecimento mútuo, entre a diversidade de que são feitas as nossas
sociedades", afirmou a Secretária de Estado para a Cidadania e a
Igualdade, Rosa Monteiro, no Lançamento do
Projeto de Mediação Intercultural que decorreu esta
quarta-feira, dia 20 de março, no Palácio Baldaya, em Lisboa.
Na presença do Alto-Comissário para as
Migrações, Pedro Calado, de mediadores e de representantes dos
municípios, das entidades parceiras e da academia, Rosa Monteiro
sublinhou que "a Mediação Intercultural é um mecanismo fundamental
para envolver protagonistas locais na capacitação das comunidades
para o acesso aos serviços públicos e privados, para a melhoria das
suas condições de vida, para a promoção da sua integração e para o
aprofundamento de relações sociais positivas em contextos
multiculturais”.
No âmbito do projeto, agora lançado, foram
constituídas 12 Equipas de Mediação Intercultural, cada uma
incluindo entre dois a cinco elementos, num total de 42
mediadores/as provenientes de comunidades ciganas e migrantes a que
se somam os oito pelo programa ROMED, especificamente para as
pessoas ciganas, e também os projetos de mediação desenvolvidos
através do Programa Escolhas, do ACM.
As novas equipas de mediação são coordenadas
localmente pelos municípios e a sua intervenção visa apoiar os
processos de integração das comunidades mais vulneráveis e
contribuir para a coesão social, a melhoria da qualidade de vida e
a convivência intercultural.
No fundo, pretende-se que os/as
mediadores/as sejam pontos focais, criadores de redes de parceria,
para, na proximidade, “procurar sanar ressentimentos, estabelecer
pontes, diálogos, e propostas essencialmente de resolução dos
problemas numa lógica de igualdade e de eliminação de assimetrias",
frisou a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade.
Na primeira mesa redonda, dedicada aos
desafios da Mediação Intercultural, participaram representantes de
cinco dos 12 municípios envolvidos na intervenção junto das
comunidades – o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Braga,
Firmino Marques, a Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de
Moura, Lurdes Balola, e das coordenadoras das equipas dos
municípios de Castelo Branco, Porto e Águeda, Fátima Santos, Carla
Oliveira e Dina Calado – e as suas intervenções foram resumidas nas
palavras-chave: acreditar, empatia, ser capaz, entreajude e
esperança.
“Confiança” foi a palavra escolhida por Olga
Mariano, Presidente da Letras Nómadas – Associação de Investigação
e Dinamização das Comunidades Ciganas, para iniciar a segunda mesa
redonda com o tema “A importância da Mediação Intercultural” e com
moderação da Coordenadora do Núcleo para o Diálogo Intercultural do
ACM, Cristina Rodrigues. Ao testemunho de Olga Mariano juntaram-se
os da representante da Associação Sol do Ave, Maria José Afonso, e
das professoras da
Rede de Ensino Superior para a Mediação Intercultural (RESMI),
Elisabete Pinto da Costa e Ana Maria Silva, concluindo-se que a
importância da Mediação Intercultural reside na promoção de
contextos de convivência e interação positiva, construtiva e
sustentável.
A Diretora do Departamento de Apoio à
Integração e Valorização da Diversidade do ACM, Luísa Ferreira
Malhó, moderadora da primeira mesa redonda, fechou a sessão com o
repto “ser capaz de acreditar, com empatia, com entreajuda e sem
nunca perder a esperança”.
O Projeto de Mediação Intercultural foi
criado no âmbito do
Plano Estratégico para as Migrações (PEM), em particular do
previsto na medida 15 – a reestruturação do projeto de colocação de
mediadores, a revisão dos projetos de mediação do ACM com a criação
de um programa integrado de maior alcance –, e a
Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas
2013-2020 (Resolução do Conselho de Ministros n.º 25/2013), que
prevê, na Prioridade 12, “generalizar, a médio prazo, o Projeto
Mediadores Municipais” e a concretização através da implementação
do Projeto em novos Municípios.


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